Sussurros do Coração- Mimi wo Sumaseba

Sussurros do coração (ou em inglês "Whisper of the Heart") é uma animação produzida em 1995 por Yoshifumi Kondo, que logo após a entrega do longa, veio a falecer. O filme é baseado em um mangá de nome ''Mimi wo Sumaseba'', shoujo escrito em 1989 por uma mangaká bastante respeitada no Japão, Aoi Hiiragi.

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A HISTÓRIA DO FILME

Shizuku Tsukishima é uma estudante de 14 anos, muito leitora e frequentadora de bibliotecas, que mora com seus pais e sua irmã mais velha. Enquanto lia seu cartão para verificar o dia da entrega de seus livros à biblioteca, algo a deixa intrigada, o nome Amasawa Seiji aparece em todos os livros emprestados à menina. A partir deste momento, ela resolve investigar quem é essa pessoa que compartilha de seu mesmo gosto literário.

Conforme a história avança, Shizuku encontra Seiji, mas ainda sem saber que de fato é quem ela procura. O primeiro encontro não é dos melhores, pois Seiji faz uma crítica sobre uma composição musical sua. Ambos se conhecem melhor após a menina, guiada por um gato, encontrar a loja do avô de Seiji e se encantar com os móveis e figuras reconstruídas. Com tantos outros encontros, os dois se aproximam e o menino conta à sua nova amiga sobre seu sonho de fabricar violinos e sobre uma possível viagem à Europa para essa realização. Shizuku percebe que ela ainda não sabe o que fazer pós estar formada, apesar de leitora assídua.

A cada encontro, Seiji e Shizuku vão se descobrindo apaixonados, fazendo grandes promessas e apoiando um ao outro em suas escolhas.

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CRÍTICA

O roteiro é bem delicado, nota-se a sensibilidade na obra. A história, muito diferente dos filmes mais famosos do Studio Ghibli, apresenta poucos traços de fantasia, mas não nos faz falta alguma.O longa acompanha alguns easter eggs como um livro do Totoro, um relógio com a marca do Porco Rosso e o mais notório é a história da estátua de gato, o Barão, que tempo depois vira protagonista de uma outra história chamada ''O Reino dos Gatos" .

A trillha sonora do filme é agradabilíssima, dando maior prestígio para a adaptação de "Country Road" que originalmente é de John Denver. A escolha da canção por Miyazaki foi proposital, com base na crítica sobre asfaltar as colinas fazendo as pessoas terem cada vez menos contato com a natureza.

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Estrada do interior Sinto como se esta longa estrada Sempre levasse àquela cidade Estrada do interior

Mesmo que venham momentos difíceis Eu nunca vou derramar uma lágrima Sem coração, eu vou pegar logo o jeito E apagarei as memórias

Estrada do interior Esta estrada leva até minha cidade natal Eu quero ir, mas não vou Estrada do interior

Estrada do interior Amanhã continuarei sendo eu Quero voltar, mas não posso Adeus Estrada do interior

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A paisagem e sua paleta de cores são impressionantes. A cidade onde Shizuku vive parte de suas aventuras é alta, sendo assim, temos a todo tempo tomadas belíssimas do lugar inteiro e visto de cima. Cheio de cores alegres, é sem dúvida um trabalho incrível, sempre feito à mão, com um carinho insuperável.

A evolução dos personagens principais é um dos pontos que encantam no filme. A maturidade na tomada das decisões e o desfecho da história ( que rende bastante curiosidade) são emocionantes. A pitada de fantasia serviu para mostrar que ela está presente em todos os lugares, e é esta que nos permite desenvolver e sair um pouco da seriedade cotidiana.

A animação é excelente, apesar de, na leitura das resenhas, não encher os olhos de alguns e a acharem um tanto boba (?). É importante saber que Miyazaki tem o poder de transformar qualquer roteiro em uma obra de arte.