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Placas Tectônicas- de Margaux Motin

  • 20 de dez. de 2018
  • 2 min de leitura



Placas Tectônicas é uma Graphic Novel francesa lançada originalmente em 2013 pela ilustradora e autora Margaux Motin, foi trazida para o Brasil pela editora Nemo em 2016. Trata-se de uma autobiografia falando sobre altos e baixos de uma mãe recém-separada na casa dos 30 anos.

Utilizando uma ilustração incrível, a autora não se delimita às ortodoxas diagramações que vemos frequentemente em HQs, com quadrados e balões padronizados, sendo livre para criar e libertando seus leitores para lerem de maneira que não tenham obrigatoriedades.

Pondo todo o seu sentimento nessa obra, não tem como ser mais especial. Margaux abre seu coração e sua vida como numa terapia conjunta, onde quem estiver do outro lado poderá facilmente identificar-se com inúmeras cenas retratadas. Durante a trama, a personagem passa por vários estágios, onde o primeiro deles é o fracasso do antigo casamento, em que ela precisa recuperar-se das dores do término enquanto cria sua filhinha de apenas 5 anos. Desgastada emocionalmente e saindo de um relacionamento abusivo- sendo forçada a ser alguém que ela não era-, a personagem regride de forma cômica, trazendo à narrativa uma adulta teimosa e radical como uma adolescente de 14 anos.

A segunda parte é de um próximo relacionamento, onde Margaux tem de lidar com os efeitos da relação passada. Cheia de perguntas se realmente está fazendo o correto ou se aquilo é o que deseja, a mulher não tem medo de julgamentos e expressa artisticamente novas situações desastrosas de sua personalidade nostálgica. De fato, é notório que a biografia ganha o público por sua diversidade de assuntos e proximidade da vida real, como bebedeira, maternidade, trabalho, relacionamentos, sexo, crises existenciais e muito mais...deixando a todos curiosos para saberem qual será a próxima aventura da personagem.

O título não poderia poderia encaixar-se melhor. Assim como no nosso planeta, temos diversas partes que atrelam-se, e muitas vezes essas partes se convergem, acontecendo assim alguns abalos. De início é muito difícil consertar, mas na verdade, tudo isso é uma nova forma de reconstrução. O final da obra é surpreendente, a forma como Margaux lida com tudo e obtendo apoio de suas amigas...não tem como não se emocionar.


Placas Tectônicas fala sobre amadurecimento, crescimento pessoal, sobre a importância de sermos nós mesmos, e até sobre responsabilidade...tudo isso sem qualquer lição de moral. Margaux Motin era apenas uma pessoa em crise, como diversas outras com seus inúmeros abalos, que conseguiu conhecer a liberdade e quis compartilhar conosco para que ninguém se sentisse só.





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